quinta-feira, 7 de maio de 2009

MORRE O DRAMATURGO AUGUSTO BOAL E SÓ O BRASIL NÃO VIU.

O dramaturgo e diretor de teatro, Augusto Boal, morreu na madrugada deste sábado, aos 78 anos, de insuficiência respiratória, no Hospital Samaritano, no bairro do Botafogo, Rio. Ele sofria de leucemia e estava internado desde o dia 28 de abril.
O trabalho do carioca Boal, que também era ensaísta e teórico do teatro, ganhou destaque nos 1960 e 1970, quando esteve à frente do Teatro de Arena de São Paulo e criou o Teatro do Oprimido, pelo qual foi internacionalmente reconhecido por aliar arte dramática à ação social.
A morte do criador do Teatro do Oprimido, Augusto Boal, no último dia 2 de maio, foi destacada na imprensa alemã na forma de um renovado reconhecimento pela obra de um artista que esteve à frente de seu tempo.
Admirado por parcela da esquerda alemã e por uma legião de atores e diretores teatrais provenientes da cena alternativa de Berlim, Munique e outro centros culturais europeus - como Paris, Viena e Londres -, Boal tinha na Alemanha escala certa para suas investidas teatrais nos campos da emancipação política, da educação e até da psicoterapia.
Fascinado por Boal, Scheiber descreveu-o como artista, político e pedagogo delicado e atento. "A divulgação de seus métodos teatrais e modelos para processos de modificação política da sociedade o colocam à altura de Brecht, Paulo Freire e Tabori", comparou.
O diário Frankfurter Rundschau destacou a importância de Boal na comunidade internacional. "Em março último, a Unesco nominou Boal, que sofria de leucemia, embaixador mundial do teatro. Na teoria e na prática do Teatro do Oprimido, os espectadores se tornam protagonistas. Eles tomam a iniciativa do que acontece no palco e trabalham para sua própria libertação. Seus métodos, praticados por seguidores no mundo inteiro, são aplicados também na pedagogia e no trabalho social".
Fritz Letsch, um dos principais responsáveis pela divulgação das ideias de Augusto Boal na Alemanha, e que escreveu com Simone Odierna o livro Teatro faz política. O Teatro legislativo segundo Augusto Boal - Um Livro Oficina, foi um dos que defenderam e propagaram a candidatura do brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz de 2008.
"Pela sua obra, que vem se aprimorando desde o começo de seu exílio em 1971 até os dias de hoje, Boal merece com certeza esse prêmio", escreveu Letsch em seu blog pessoal no ano de 2007. "Boal é um dos mais significativos homens de teatro deste século."
PENA QUE SÓ OS BRASILEIROS NÃO SAIBAM!
Sua obra traduzida para mais de 20 idiomas, sem contar livros lançados em países como inglaterra, França, Espanha, Alemanha, que não constam na relação abaixo que contém apenas referências em Língua Portuguesa:
Arena conta Tiradentes. São Paulo: Sagarana,1967.
Crônicas de Nuestra América. São Paulo: Codecri, 1973.
Técnicas Latino-Americanas de teatro popular: uma revolução copernicana ao contrário. São Paulo: Hucitec, 1975.
Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 1975.
Jane Spitfire. Rio de Janeiro: Codecri,1977.
Murro em Ponta de Faca. São Paulo: Hucitec, 1978.
Milagre no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
Stop: ces’t magique. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
Teatro de Augusto Boal. vol.1. São Paulo: Hucitec,1986.
Teatro de Augusto Boal. vol.2. São Paulo: Hucitec,1986.
O Corsário do Rei. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986.
O arco-íris do desejo: método Boal de teatro e terapia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.
O Suicida com Medo da Morte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992
Teatro legislativo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
Aqui Ninguém é Burro! Rio de Janeiro: Revan, 1996
Jogos para atores e não-atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
Hamlet e o filho do padeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira – 2000
O teatro como arte marcial. Rio de Janeiro: Garamond, 2003.

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