Estivemos pela segunda vez no assentamento dos sem-terras na Àgua Fria, próximo ao Rio Tietê, cidade de Mirandópolis, interior de São Paulo. Na primeira vez que fomos, ví o cotiano dos acampados, vivendo em barracos de plástico, um cenário hostil e que só é possível vivê-lo se houver sonho e esperança. 
Crianças, adultos, velhos coabitando neste cenário rústico e dificil, trazem no rosto o sonho de reconquistar direito seculares de apropriação da terra para o trabalho.
Hoje, na segunda vez que ali estivemos, já não era mais um acampamento. Os sem-terras haviam conquistado as terras e o assentamento está em rápida transformação. Os assentados se juntam em mutirões para construir casas, cercas, plantios, todos se ajudando de forma comunitária, irmanada e com muita vontade.
O lugar está tão transformado que a paisagem hoje mais se parece com um grande vilarejo do que um assentamento propriamente dito.
Faço a postagem desta experiência, pois fiquei surpreendido com todo aquele cenário. Me enchi de esperanças e vi gente com a segurança resgatada, engajada na construção comunitária de um sonho.Bem diferente do diabo pintado pela mídia quando o assunto é o Movimento dos Sem Terra.
Só conhecendo para saber, só não sendo latifundiário para sentir, só sentindo para saber.
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