terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ARTE SURREAL E POP DE TIM BURTON

Com 700 itens, retrospectiva da carreira do diretor de cinema é a maior já produzida pelo MoMA

Às vésperas de lançar Alice no País das Maravilhas, seu 15º longa, e presidir um dos mais prestigiados festivais internacionais de cinema, o de Cannes, Tim Burton, o menino malucão do surrealismo pop americano, compartilha o panteão de grandes nomes das artes visuais ao ser homenageado com a primeira exposição de seus trabalhos feita por um museu.
A retrospectiva da carreira dele que o MoMA exibe até 26 de abril é a maior já produzida pelo museu sobre a obra de um diretor de cinema.
boca de um monstro de Trick or Treat, projeto de 1980 para um dos filmes dele que não foram realizados, forma a entrada das galerias que contêm o centro da exposição. Num corredor pintado com listras características dos desenhos dele, monitores de vídeo exibem a série de curtas com Stainboy, menino que trabalha como investigador para a polícia de Burbank, a cidade californiana onde Burton cresceu, localizada a menos de 20 quilômetros de Hollywood. The World of Stainboy foi criada em 2000 especialmente para a internet. No fim do corredor, numa saleta iluminada com luz negra, gira um carrossel com 13 criaturinhas divertidamente macabras, mestres de cerimônia do circo de ideias que Burton vem criando desde a adolescência.


A carreira de Burton deslanchou com As Grandes Aventuras de Pee Wee (1985), seguido por Os Fantasmas se Divertem (1988), Batman (1989) e Edward Mãos de Tesoura (1990). Na última seção da retrospectiva, Beyond Burbank, além de centenas de desenhos e textos dele para preparação desses filmes (de Alice, há apenas um estudo para o personagem da Rainha Vermelha) e de outros que ele dirigiu ou produziu, estão peças de figurinos e objetos como o carrinho de bebê do Pinguim de Batman - O Retorno (1992), a blusa de angorá usada por Johnny Depp em Ed Wood (1994), cabeças decepadas de Marte Ataca (1996) e bonecos animatrônicos de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005). Completam essa última parte desenhos e textos para projetos como o do livro ilustrado de poesias para crianças The Melancholy Death of Oyster Boy and Other Stories, de 1997, e modelos pintados à mão da coleção de brinquedos Tim Burton"s Tragic Toys for Girls and Boys, que ele criou em 2003.
Honrado pela reverência à sua obra, no livreto que acompanha a retrospectiva lembra que, até a adolescência, o único museu onde pôs os pés foi o de cera, em Hollywood. Em Burbank, se não ocupasse seu tempo vendo TV, filmes de monstros ou desenhando, ia brincar no cemitério. Quando começou a frequentar museus de arte, achou que eles tinham um clima semelhante ao daquele playground. "Não de um jeito mórbido. Ambos têm atmosfera tranquila, introspectiva e, mesmo assim, eletrizante."
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100209/not_imp508291,0.php

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