segunda-feira, 25 de maio de 2009

COMUNIDADE YUBA - MIRANDÓPOLIS - ARTE E TRABALHO

A Associação Comunidade Yuba é uma comunidade agrícola localizada em Mirandópolis (interior de São Paulo, a 600 quilômetros da capital paulista) formada por cerca de sessenta nipo-brasileiros oriundos de vinte familias.
A filosofia da comunidade foi elaborada por Isamu Yuba (1906-1976), imigrante japonês, que fundou a colônia em 1935. Na fazenda Yuba as crianças aprendem que cultivar a arte é tão importante quanto o trabalho na roça.


O líder da comunidade é Tetsuhiko Yuba, filho mais velho do fundador da comunidade, que faz questão de manter os mesmos princípios da época de seu pai. "A mentalidade é trabalho, reza e arte", "Sozinho não dá pra fazer nada. Na comunidade dá para gente viver feliz. Convivemos muito bem com outras pessoas. Parece difícil, mas, sabe, se conseguir essas coisas você pega a grande felicidade", diz a agricultora Renata Katsue, filha caçula de Issamu Yuba.
Na comunidade o japonês é a língua oficial. Na biblioteca da comunidade, as crianças aprendem cedo os hábitos e os costumes da cultura oriental. “Quando eu crescer as duas línguas vão ser importantes para mim porque eu nasci aqui, sou brasileira, mas minha raça é japonesa”, diz Patrícia Tsuji, de 10 anos.
O som do berrante avisa quem está no campo que a comida está pronta. Antes de servir, o silêncio para a oração, um dos pilares da filosofia Yuba. Muitos aqui são evangélicos, como era o fundador. Mas, na comunidade não há nenhum templo, nem religião oficial.



Os talheres ocidentais se misturam aos "hashis", os palitinhos que os mais antigos fazem questão de usar.
Katsue ensaia todos os dias. Um pouco mais tarde, ela nos levou ao jardim das esculturas, com obras do artista plástico Hisao Ohara, já falecido, mas que também viveu por lá. São obras de granito, expostas a céu aberto.


“A filosofia de Issamu Yuba é aberta. Quem quer vir para cá pode vir, quem quer ir embora pode ir embora. É tudo aberto. Você tem que abrir o seu coração, senão, não entra nada para você”, diz Katsue. “Acostumamos a fazer as duas coisas: trabalhar no campo e lidar com a arte. No meu caso, tocar flauta, mas eu gosto mais da flauta”, afirma Sueli. A vida de todos por lá é assim, com papéis no campo e também na arte. Desde cedo, as crianças aprendem a tocar instrumentos musicais na orquestra-mirim. Além do palco, o barracão também abriga máquinas agrícolas. Trator e caminhão dividem o mesmo teto com o piano de calda, violinos e violoncelos.

A Comunidade Yuba tem-se firmado nos últimos anos como um importante pólo cultural de difusão da cultura nipo-brasileira na região do noroeste paulista. Como uma nova proposta de atividade cultural o Balé Yuba procura integrar o público dentro da vida da Comunidade, mostrar a visão de como a dança e as artes se integram com o trabalho na terra. Trata-se de enxergar a arte como parte da vida, vida que todos temos em comum e que pode se enriquecer com a expressão artística.










7 comentários:

Sérgio Camatta disse...

Piano na ceia, ou percussão na telha, qual seja o instrumento, o que vale é o pensamento.
Com cavaco ou com uma tuba, o importante é fazer música no Yuba.

Wéliton Cardoso disse...

Legal isso é seu?

Sérgio Camatta disse...

Sim , é meu.
Fiz à algum tempo já, logo depois de uma noite musical no Yuba, lembra?
Well - vocais
Camatta - percussão
Beatriz - Piano

Wéliton Cardoso disse...

carambanemmelembrava disso!

BiaBeatriz disse...

My God!
Como tudo passa...e como o LUZI mudou!!!
Nota 10!

bjs

well disse...

Olá Bia que bom vc por aqui. É estou me esforçando pra coisa melhorar. continue dando força. Abraços

Unknown disse...

A comunidade Yuba é o maior exemplo de comunismo que conheço pessoalmente, e onde vejo a colheita dos frutos do socialismo sendo feita pelo coletivo! Segue o exemplo Brasil! quem sabe dá certo!