sexta-feira, 22 de maio de 2009

SUGESTÕES DE LEITURA: A VIDA IMITANDO A ARTE

Três obras primas da literatura, O Príncipe de Nicolau Maquiavel, 1984 e Revolução dos Bichos, ambos de George Orwell, falam sobre ditaduras opressoras - e, em última análise, sobre o papel da população na luta por mudanças.
Em O Príncipe, sua mais conhecida obra, Nicolau Maquiavel (1.469 - 1.527) afirma que um soberano deve fazer de tudo o que estiver ao seu alcance para se manter no poder - ainda que seja moralmente questionável. "Um príncipe não deve, pois, temer a má fama de cruel, desde que, através dela, mantenha seus súditos unidos e leais", defende. A História registra um grande número de líderes que seguiram essa máxima e estabeleceram tiranias opressoras.

Apesar de ser uma obra de ficção, 1984, do escritor britânico George Orwell (1903 - 1950), é um impressionante retrato dessa realidade. O regime autoritário que o livro descreve é apoiado na vigilância contínua, na distorção dos fatos e na personificação do poder na figura de um líder - algo que remete a qualquer ditadura facista ou, o que é ainda mais alarmante, a muitas políticas empregadas por governos ditos democráticos.

A fábula Revolução dos Bichos, também de George Orwell, em que os animais de uma fazenda se rebelam contra o domínio dos homens e assumem o controle da propriedade, é uma clara alegoria à Revolução Russa. Os porcos que encabeçam o movimento depois se tornam tão exploradores quanto os humanos.
Apesar do que os desfechos de ambos os livros possam sugerir em primeira análise - impotência diante do poder corruptor e desencanto com o idealismo político -, o que Orwell propõe na verdade, é algo que Maquiavel subestimava: contra tiranias de direita ou esquerda, a melhor arma de que o povo dipõe é o espírito crítico.
São bons livros para entender o que se passa em nosso mundo real, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, inclusive no Congresso Nacional e, ai vale de novo a campanha: não reeleja essa corja de Brasília.


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