terça-feira, 6 de outubro de 2009

LITERATURA: NIETZSCHE E A NEGAÇÃO DO CRISTIANISMO DE PAULO


‘O Anticristo’ foi redigido em 1888, mas Nietzsche não chegou a acompanhar a publicação, pois, como se sabe, ficou demente no início de 1889. A obra saiu apenas em 1895, editada por sua irmã, que expurgou algumas passagens. Em quase todos os seus livros Nietzsche discute a religião e a moral cristãs, mas é em ‘O Anticristo’ que essa discussão alcança a forma mais desinibida e polêmica. Ele faz uma reinterpretação do cristianismo inicial, distinguindo entre o que teria sido Jesus de Nazaré e a interpretação que o apóstolo Paulo fez, algum tempo depois, da figura e dos ensinamentos de Jesus. Para Nietzsche, foi São Paulo quem transformou Jesus em Cristo, foi ele o verdadeiro inventor do cristianismo. O livro oferece, entre outras coisas, uma crítica ao conceito cristão de Deus, uma análise do tipo psicológico do Salvador, uma psicologia da fé e dos crentes, uma comparação entre o budismo e o cristianismo, envolvendo uma concepção bastante heterodoxa sobre a natureza do cristianismo. No final, este é condenado como uma religião niilista e negadora da sexualidade, ou seja, contrária aos valores vitais. ‘Os ditirambos de Dionísio’ são nove poemas ‘inspirados’ pelo deus Dionísio, que para Nietzsche simbolizava o oposto dos valores cristãos.”

Um comentário:

Ivani Medina disse...

Pois é... Quando iniciei minha pesquisa diletante acerca da origem do cristianismo, eu já tinha uma ideia formada que pode parecer esdrúxula: a perseguição aos judeus. Portanto, nada de Bíblia, teologia e história das religiões. Todos os que haviam explorado esse caminho haviam chegado à conclusão alguma. Contidos num cercadinho intelectual, no máximo, sabiam que o que se pensava saber não era verdade. É isso o que a nossa cultura espera de nós, pois não tolera indiscrições. Como o mundo não havia parado para que o Novo Testamento fosse escrito, o que esse mesmo mundo poderia me contar a respeito dessa curiosidade histórica? Afinal, o que acontecia nos quatro primeiros séculos no mundo greco-romano, entre gregos, romanos e judeus? Ao comentar o livro “Jesus existiu ou não?”, de Bart D. Ehrman, exponho algumas das conclusões as quais cheguei e as quais o meio acadêmico de forma protecionista insiste ignorar.

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/paguei-pra-ver