sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ?


Não deverá ser este ano – mas possivelmente será nesta década – que eu me renderei ao livro digital. Pode chamar de apego ao papel, romantismo ou pão-durice, o fato é que levei anos construindo uma biblioteca bacana de livros físicos, repletos de grifos e rasuras nas mais variadas grafias, e não imagino estabelecer uma relação emocional tão próxima com este estranho objeto chamado Kindle.

Assim como a fotografia digital transformou a maneira como nos relacionamos com a imagem – antes impressa, no porta-retrato; hoje vagando em bits, perdida em pastas e CDs de dados jamais revisitados –, o livro digital também vai bagunçar um pouco nossos laços afetivos com os livros. Pode soar paradoxo, mas vejo os e-readers como estantes totalmente zoadas onde nunca achamos aquilo que mais queremos ler. Óbvio que não pela falta de organização, mas pela quantidade de itens que botamos ali e mal temos tempo de depurar. Banalização, em outras palavras – o que, aliás, deve ter acontecido com seus discos em formato MP3 :D
Mas estou sendo nostálgico, eu sei. Quem já usa o Kindle ou similar está convidado a postar aqui suas impressões. Por enquanto, compartilho com vocês uma notícia animadora para o mercado livreiro: A Amazon, que comercializa o famigerado aparelhinho, lançou hoje um programa em que autores e editoras receberão 70% dos ganhos obtidos na venda de suas obras para o Kindle. É legal, porque o valor repassado aos escritores não costuma ser maior do que 15%, mas vale lembrar que o plano é restrito a publicações que custam entre US$ 3 e US$ 10. A partir de junho deste ano saberemos se a novidade vai ou não prestar.
Por enquanto, sigo lendo livros de papel, que não precisam ser carregados na tomada. No máximo, esse tipo de “tecnologia” ainda será bem-vinda.

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