domingo, 25 de abril de 2010

25 DE ABRIL, O DIA DA REVOLUÇAO DOS CRAVOS EM PORTUGAL

Precisamente cinco anos depois de acontecer a Revolução dos Cravos (em 1979) António Raposo encontra-se no Parque Eduardo VII, senta-se na relva bem tratada e medita sobre o 25 de Abril. A sua veia poética vem (uma das suas artes desconhecidas do grande publico) e o poema surge cheio de esperança e de certezas num futuro melhor. Talvez hoje o mesmo poema não falasse tanto de amor e de esperança.

25 de ABRIL
(escrito em 1979, no Parque Eduardo VII – sentado na relva, na mesma data)
É uma multidão
Que busca um cravo em flor
Uma promessa de primavera azul,
Um respirar de todos
Pela mesma boca.


É um hálito de flores
De um vermelho vivo.
Um parto sem dor
De um filho parido ali da multidão,
Forjado nas gargantas abertas do futuro.


É um doer de certezas
De uma cantiga
Apenas começada.
É uma força que nasce
E que subindo nos afoga.


É a liberdade que queremos nossa.
É uma casa que queremos construir
Pedra a pedra
Chaga a chaga
Dor a dor
É uma pedra dura
Que não parte


É uma pedra nossa
É uma pedra-amor.

António Raposo

O QUE FOI A REVOLUÇAO DOS CRAVOS?

Revolução dos Cravos é o nome dado ao golpe de Estado militar que derrubou, sem derramamento de sangue e sem grande resistência das forças leais ao governo, o regime ditatorial herdado de Oliveira Salazar e aos acontecimentos históricos, políticos e sociais que se lhe seguiram, até à aprovação da Constituição Portuguesa, em Abril de 1976.
O regime que vigorava em Portugal desde 1933 cedia, de um dia para o outro, à revolta das forças armadas, lideradas por jovens oficiais. O levantamento, usualmente conhecido pelos portugueses como 25 de Abril, foi conduzido em 1974 por oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Os oficiais de baixa patente, os oficiais milicianos. estudantes recrutados, muitos deles universitários, vendo suas carreiras interrompidas, cedo aderiam.
É consensual ter trazido essa revolução, conduzida por esses jovens, a liberdade ao povo português, oprimido durante décadas

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